O apoio do PSB ao candidato tucano Aécio Neves (PSDB) no
segundo turno das eleições presidenciais parece mesmo ter afetado os brios do
PT. Em um texto intitulado "PSB Adere ao Socialismo de Direita"
postado no site oficial do partido, a legenda acusa os antigos aliados de
"ignorar a própria história" além de "optar por ser linha
auxiliar do PSDB no segundo turno das eleições".
Na postagem, o PT critica também o PPS e afirma que, agora,
os dois partidos passam a "fazer parte do inusitado grupo de socialistas
brasileiros que apoiam candidatos conservadores vinculados a interesses da
direita brasileira".
O texto começa fazendo referência a um dos maiores nomes do
PSB, o ex-governador Miguel Arraes, que era avô também ex-governador Eduardo
Campos, que faleceu em um acidente aéreo em agosto deste ano, em Santos,
litoral paulista. "É o primeiro revés à direita do partido, criado em
1947, cujo principal expoente, o falecido ex-governador de Pernambuco Miguel
Arraes, foi um combativo político contra a ditadura militar instaurada pelo
golpe de 1964″, ressalta a postagem.
O texto pontua, ainda, que a decisão de apoiar o PSDB no
segundo turno foi tomada pela maioria dos diretórios estaduais. "Apenas os
diretórios da Paraíba e do Amapá foram liberados da decisão. Nos dois estados,
os governadores são do PSB e tentam a reeleição com o apoio do PT", diz o
material.
"A partir de agora, a exemplo do PPS, o PSB passa a
fazer parte do inusitado grupo de socialistas brasileiros que apoiam candidatos
conservadores vinculados a interesses da direita brasileira, como a redução do
Estado, a defesa do latifúndio e a submissão ao receituário do Fundo Monetário
Internacional (FMI)", finaliza a postagem.
No início do ano, uma outra postagem feita pelo PT azedou a
relação entre as duas legendas em função das críticas contra Campos. Na
ocasião, o ex-governador foi taxado de "playboy mimado" e que se
Miguel Arraes estivesse vivo "morreria de desgosto". O texto só não
observa que quando Arraes assumiu o Governo de Pernambuco, após o fim da
ditadura militar e com o seu consequente retorno do exílio, o PT estava na
oposição ao governo do socialista.
247 Pernambuco
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