Gisele Federicce, 247 – O líder do PT no Senado, Humberto
Costa (PE), rebateu a declaração do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal
Federal (STF), que disse temer que a Corte se torne "bolivariana" com
a possibilidade de 10 dos 11 ministros serem indicados pelo governo do PT,
passando apenas a "cumprir e chancelar" as vontades do Executivo.
"Não tenho bola de cristal, é importante que [o STF]
não se converta numa corte bolivariana. Isto tem de ser avisado e
denunciado", declarou Gilmar Mendes, que foi nomeado pelo ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso em 2002. De acordo com a Constituição, é o presidente
da República quem indica os ministros do STF, que devem ser aprovados pelo
Senado Federal.
"Com todo respeito ao ministro, considero essa
declaração profundamente infeliz, porque coloca os próprios magistrados na
condição de serem correias de transmissão do governo. A verdade é que o STF tem
se colocado de forma independente em várias situações, inclusive em questões
relativas ao próprio PT", afirmou o parlamentar, em entrevista ao 247.
Para Costa, a fala de Gilmar Mendes, feita em entrevista à
Folha de S. Paulo, é uma "colocação desrespeitosa" com seus pares no
STF. "É desrespeitosa também com o Senado Federal, que é quem, em última
instância, sabatina e homologa essa indicação [da Presidência da República ao
Supremo]. Caberia ao ministro se desculpar diante de seus pares e diante da
nação por declaração tão infeliz", completou o senador.
Questionado sobre se o PT estuda alguma ação no Senado, o
líder da bancada declarou não estar "pensando sobre isso" e disse
acreditar que "cabe ao próprio Supremo uma manifestação de seus
membros" sobre a possibilidade de uma condição de suspeição do ministro.
"Acho lamentável isso [a declaração] partindo de um ministro na condição
de Gilmar Mendes. Lamentável", criticou Humberto Costa.
Mais cedo, a bancada do PT na Câmara rebateu a declaração de
Gilmar Mendes pelo Twitter, criticando a "prepotência" e a
"falta de decoro" do integrante da Corte suprema.
247 Brasil
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