quinta-feira, 14 de julho de 2011

14 de Julho, a França já não ilumina mais.

      Há exatamente 222 anos, por essas horas, Paris era acossada pelo medo. Medo da invasão austríaca, medo da fome, medo da miséria. A monarquia já não dava garantias básicas de sobrevivência a seus súditos. Enquanto Maria Antonieta comandava a gastança luxuosa das festas cortesãs, o povo da cidade e do campo pelejava a sua própria sorte. Comandados pela própria dor, o povo marchou por sobre Paris em busca de armas para garantir sua existência. A fortaleza da Bastilha foi seu primeiro alvo. Não foi difícil invadi-la, tomar suas armas. O povo colocava à baixo um símbolo do despotismo real e punha em prática um movimento revolucionário que daria ao mundo novas perspectivas sociais e políticas.
     A França tornou-se o farol da liberdade que iluminou continentes. Onde havia despotismo, ali se escutava seus ecos. Homens como Saint Just, Robespierre, Marat, Danton e tantos outros foram personagens importantes nesse processo. Mas o Povo, instituição da nova nação, foi o grande personagem.
    222 anos depois, a França de Sarkosy, a França Oficial, já não ilumina mais. Hoje, nas comemorações do 14 de Julho, o sentimento popular era de luto pelos 6 militares mortos no afeganistão nos últimos dez dias. Milhares de militares franceses fazem parte da força de coalisão que atua no oriente médio, sem apoio popular. Nos últimos anos assistimos a várias revoltas nas periferias das grandes cidades, motivadas por uma política de exclusão de imigrantes, que vivem a margem da sociedade, bem como a perda de inúmeras conquistas sociais.
      Das revoluções ocorridas na França só resta o sentimento de nostalgia. A Herança política parece ressurgir todas as vezes que o povo se levanta contra a opressão capitalista, que insiste em separar o homem de sua condição mais natural: A de Liberdade.

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