quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Em nova declaração, Gaddafi diz que guerra será longa e que Sirte é a nova capital do país


Em sua segunda declaração nesta quinta-feira, o ditador líbio Muammar Gaddafi afirmou que "a guerra será longa" e declarou Sirte, sua cidade natal e último foco de resistência do regime, a nova capital do país.
"Estamos prontos para uma longa guerra, muito longa, até vencermos vocês", declarou Gaddafi em referência aos rebeles que se preparam para atacar Sirte. A declaração foi novamente transmitida via satélite pela emissora de TV síria Al-Rai.
O ditador voltou a pedir que os cidadãos lutem contra os rebeldes - a quem ele os filhos chamam de "ratos" -  e que prefere "morrer a ser subjugado pelo ocidente".
"Combatam o inimigo dia e noite, ataquem seus integrantes, suas comunicações, eles não têm recursos suficientes", disse Gaddafi.
Na gravação, na qual lembrou o 42º aniversário de sua chegada ao poder após a revolução que derrubou o monarca Idris I, Gaddafi voltou a repetir as afirmações feitas no discurso anterior e pediu aos "países agressores", refererindo-se à Otan, para se "entenderem com a legalidade".
Gaddafi disse que o ocidente está interessado no petróleo líbio. "Vocês não serão vitoriosos, vocês estão lutando contra  nós em nosso solo, Deus não permitirá que vocês vençam", disse.
Desde a semana passada, quando a capital Trípoli foi tomada pelos rebeldes, o paradeiro do ditador é desconhecido, assim como o de dois de seus filhos. Parte da família de Gaddafi está abrigada na Argélia..
A declaração de Gadafi foi dada logo após o final da conferência em Paris do Grupo de Contato da Líbia e outros países para discutir a transição no país.
Ao final do encontro, o presidente francês Nicolas Sarkozy anunciou que  US$15 bilhões em bens do regime de Muammar Gaddafi serão "desbloqueados imediatamente", "já que o dinheiro desviado por Gaddafi e seus parentes deve voltar aos líbios".
Além disso, o presidente francês elogiou a intervenção militar da Otan e das forças de coalizão, que segundo ele, ajudaram a salvar "milhares de vidas na Líbia". Já o premiê britânico David Cameron ressaltou que "os bombardeios da Otan serão mantidos enquanto Gaddafi continuar sendo uma ameaça".
Nesta quinta-feira, os rebeldes adiaram em uma semana o ultimato para as forças leais ao regime se renderem. Anteriormente, o porta-voz militar dos rebeldes, coronel Ahmad Omar Bani, tinha revelado negociações para a rendição de Sirte, situada a 370 quilômetros de Trípoli, já no próximo sábado.

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