terça-feira, 1 de outubro de 2013

A "escrisofenia ideológica" de Eduardo Campos

Eráclito Fortes
  O Governador de Pernambuco, Eduardo Campos - PSB, colocou o time em campo e não esconde mais de ninguém sua pretensão ao Planalto. Campos tem realizado uma série de viagens pelo Brasil no intúito de recrutar apoio para sua candidatura. No entanto, para ele, não importa o credo nem as cores dos pretensos apoiadores. O que se ver é uma debandada de políticos do DEM, antigo PFL, para o Partido Socialista Brasileiro - PSB.
     Depois de filiar Paulo Bornhausen, foi a vez  de Campos assinar a ficha de filiação de Eráclito Fortes. Bem, seria absolutamente normal se Campos não fosse Presidente de um Partido Socialista. Se esse partido não tivesse sido fundado por Miguel Arraes, exemplo de luta e conduta política. E mais ainda, se esses dois nomes não estivesses ligados a uma ideologia predominantemente liberal e conservadora.  
Paulo Bornhausen
    Essa "escrisofenia  ideológica" de Eduardo Campos, perceptível na política brasileira,   parece ser um fenômeno  tipicamente brasileiro. Não há problemas algum ser liberal, conservador, e mesmo um radical de esquerda. A democarcia requer essa dualidade. O bizarro é perceber a união de personagens diamentralmente opostos num mesmo lugar, compartilhando idéias e projetos. Partidos, de diferentes ramos ideológicos, foram criados para isso: agrupar pessoas de mesma conduta e programa político.
    Como bem afirmou o Ministro Joaquim Barbosa, Presidente do Supremo Tribunal Federal "Nós temos partidos de mentirinha. Nós não nos identificamos com os partidos que nos representam no Congresso. Nem pouco esses partidos e seus líderem têm interesses em ter consistência programática ou ideológica. Querem o poder pelo poder".
    De quebra um grupo de amigos ligados ao Ex-Senador Marco Maciel tentam convencê-lo a ingressar no PSB. Se de fato isso acontecer, Campos fará a proeza de reunir em seu palanque dois tradicionais adversários políticos do seu avô, Marcos Maciel e Jarbas Vasconcelos. Fico a imaginar qual seria a reação do velho Arraes ao examinar a ficha de filiação dos novos socialistas.
     Teria Eduardo o dominio da mediação e o dom de unir forças díspares para o bem do Brasil? Acho que fico com o Barbosa!
      
      

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